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Florbela... Linda Florbela...

"E se um dia hei de ser pó, cinza e nada/ Que seja a minha noite uma alvorada,/ Que me saiba perder... pra me encontrar..."

Gênesis




No princípio era o verbo.

E o verbo se fez poesia

para contentamento

de Cecílias e Drummonds

que habitavam os

Jardins das Memórias

e pairavam tranquilos

sobre as folhas

sem linhas ,

sobre as folhas

sem letras,

sobre as folhas

sem pontos,

dos jacarandás do paraíso.


E tendo sido despertado

ao primeiro sol da manhã,

espreguiçando-se sobre

o verbo – matéria prima –

criou o Poeta a rima

e viu que era bom,

e viu que era dom,

e viu que era sublima.


E o Poeta criou as estrelas

e colocou-as no céu.

Uma a uma, deu-lhes brilho,

cor, polimento.

Depois,

fazendo separação

de estrofes e linhas

No papel,

contou emocionado

as belezas que jaziam

no firmamento.

E viu o Poeta

que era canção,

que era verso

trova,

encantamento.


E o Poeta criou flores

Sapos

Sorrisos

Joaninhas.


Criou vento,

Chuva

Arco-íris

Criança

Marianinha.


Criou onda,

Criou fruto,

Criou luz

Criou o breu.



E voltando a ser verbo,

num poema sem

Métricas,

Endereçou-se a Deus.


E abrindo o envelope,

Deus ficou maravilhado

com a obra do Poeta

que agora lia.

E para contemplação de

Clarisses e Manoeis,

de Ruths, Fernados e Marias;

Para êxtase dos sentimentos

mais profundos,

Deus aquarelou e

publicou a obra

e na capa do livro escreveu:


antologia poética: MUNDO.