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Florbela... Linda Florbela...

"E se um dia hei de ser pó, cinza e nada/ Que seja a minha noite uma alvorada,/ Que me saiba perder... pra me encontrar..."

Luisa... doce Luisa.


Eu não conseguia dormir então fiquei olhando pra ela, tão doce, tão serena ( tão enorme), meu Deus! Enrolou daqui, enrolou de lá e acabou deitando em meu peito. Pediu que eu lembrasse de uma história da época em que ainda era careca! Nossa! Já faz muito tempo! Eu bem que tentei, mas não lembrava mais os detalhes. Perguntei se o cafuné bastava com uma metade de uma canção de ninar. Mas nem era bem uma canção: era um sussurro. Um amor suspirado, como quem anda ofegante de tanto amar. Ando mesmo. Ando arfando por ela. Ontem eu fiz uma oração e nem sabia bem o que pedir a Deus. Pedi então que ela seja sempre assim, essa explosão de cores, de coisas, de giros e risos; pedi que ela tenha amigos: os melhores do mundo; pedi que ela seja minha amiga pra sempre e que eu também lhe seja companheira, mesmo quando inevitavelmente, nos decepcionarmos; pedi a Deus que lhe providencie um peito bem aconchegante quando chegar a hora que não mais quiser o meu; Pedi-Lhe que cuide dela aonde eu não possa estar; e fiquei ali, pedindo por ela. Vez em quando ela ainda ri enquanto sonha. Acho graça e fico pensando: o que será que ela tá sonhando? Às vezes pela manhã ela me conta e aí eu rio também. Hoje acordei incrivelmente descansada e pensei: uma boa noite de sono nem sempre precisa ser dormida. Precisa é ser amada!

No Brasil dos estão no SPC: Menos o Renan!


No Brasil todos estão no SPC: menos o Renan.






Brasileiro já nasce sem crédito na praça. Também pudera: a todo o momento uma notícia mostra nossos enganos e incompetências ao mundo. Nas últimas semanas estamos batendo recorde: a criança negra expulsa da concessionária da BMW na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro; os ataques em Santa Catarina e nossa política inconsistente de fiscalização que deixou a dor da morte de 237 jovens em Santa Maria.

Mas não tem problema: por sorte já começaram as rodadas dos campeonatos estaduais de futebol. Já estamos vibrando por nossos times e flamejando suas bandeiras. Não nos esqueçamos também que na próxima sexta já é carnaval e o mundo verá, enfim, nossa capacidade de esquecer tudo o que começou dando errado neste início de 2013: todas as mazelas sócio-políticas? Que fiquem para depois dos festejos.

Não. Não somos tolos. Não a grande massa, como inúmeros intelectuais costumam dizer. Não acho que pensemos que o Brasil é o melhor país do mundo enquanto festejamos. Também não acho que devamos denegrir nossa imagem e tomarmos para nós a culpa de tudo de errado que acontece. O que acontece mesmo é que nos acostumamos a ser o país das exceções. A gente vibra – ou não vibra? – quando um moleque que passou a vida inteira descalço no morro consegue entrar pra uma Federal e cursar Engenharia?  A  gente vibra quando uma mãe solteira consegue abrir um restaurante e sustentar seus filhos;  a gente ocupa as páginas dos jornais quando um policial recusa receber dinheiro ilícito; quando alguém acha um paco de dinheiro e devolve ao dono; quando uma criança sobrevive a um desastre unicamente porque encontrou tratamento digno num hospital...

Então tá. Sem mais argumentações: então a culpa é nossa porque a gente se acostumou! A gente acha que o fracasso é um mal individual, afinal de contas, se Fulano, (tão pobrezinho, tadinho!) conseguiu, por que Beltrano não consegue? Todos os Fulanos deviam ser  a via de regra e só um Beltraninho ou outro, a exceção.

Ainda agora conversava com uns amigos sobre toda essa bandalheira que temos visto. Falávamos dos preconceitos e das atitudes que temos. Aliás: falávamos mesmo era das desigualdades e de nossas poucas atitudes. Uma amiga contou que há uns dias esteve numa loja. Queria comprar um sapato. Era uma loja chique de um shopping chique. Ela saíra do trabalho com uma sapatilha confortável para aguentar as duas horas que costumeiramente passa em pé por conta dos engarrafamentos; uma calça jeans simples; uma blusa também simples e uma mochila tão simples como os itens anteriores. Contou que entrou na loja mas não encontrou atendimento. Disse ainda que viu inúmeras mulheres bem arrumadas entrarem na loja e encontrarem atendimento prontamente. Minha amiga passou quarenta minutos na loja aguardando. Analisando quantos saltos foram atendidos na frente de sua s patilha e quantas escovas ganharam de seu rabo-de-cavalo...

Minha amiga é trabalhadora. Paga seus impostos e até onde eu sei, cumpre inclusive com suas obrigações sindicais, mas naquele dia, ela esteve no SPC.

O menino de sete anos expulso da loja da BMW, ainda está em fase de alfabetização, jogando vídeo-game e andando de bicicleta, mas também esteve no SPC.

Brasileiro exemplar mesmo é o nosso amigo Renan!

Homem de fibra, honesto! De inegáveis contribuições ao país! Sempre teve explicações convincentes ante as acusações infames da oposição! Brasileiro como poucos, nunca esteve negativado. Esta semana, merecidamente, ganhou um lugar de destaque no cenário da política desse país corrupto que temos visto! Viva Renan Calheiros! Nossa única salvação! Já em seu discurso de posse, ele falou de ética, de liberdade de expressão! Que grande homem, não? Aprendamos com ele, queridos brasileiros!  Miremo-nos no exemplo de Renan e entendamos que a todos nós que possuímos nomes sujos na praça, resta-nos apenas esconder nossos rostos e chorar de vergonha. E que vergonha, meu Deus! Que vergonha!