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Florbela... Linda Florbela...

"E se um dia hei de ser pó, cinza e nada/ Que seja a minha noite uma alvorada,/ Que me saiba perder... pra me encontrar..."

Foi o moço que disse.


Um instante do seu olhar.
Não para mim, meu amor.
Para o céu,
azul, infinito,
com suas estrelas enormes.
Todas elas misteriosamente presas
ou içadas
ou soltas
ou dependuradas
por um fio de cabelo
ou por um clipse,
por um grampo
ou pela mão das virgens,
dos Santos,
ou de Deus.

Ouvi um moço dizer
que toda estrela um dia desce do céu
por um escorrego bonito
com sete cores
que aparece de tempos em tempos.
Ele disse também,
que quando a estrela fica cadente
ela está procurando o escorrego
doidinha pra chegar na terra e virar gente.

Disse pro moço
que minha vó diz o contrário:
Ela diz que toda estrela é gente que morre
e fica do céu iluminando a gente cá embaixo.
Mas, sinceramente, amor?
Achei o moço mais sabido...
Acho até que ele pode ter razão.
É que a gente não se acostuma a olhar as estrelas
e aí não as reconhece quando gente,
quando, depois de cadentes,
escorregam e tocam o chão.

Você sabe o que acontece, amor,
quando lá no céu as estrelas se juntam?
Eu também não sabia,
mas o moço disse que elas brincam
de roda e de desenhar.
A roda elas fazem em torno da lua
e os desenhos elas fazem por todo lugar:

Mas aí quando as estrelas descem...
Chuta só o que acontece?
(essa descoberta foi que me deixou intrigada...)
Elas continuam brincando!
Só que brincam de procurar outra estrela,
pra desenhar a vida numa estrada!

Me diz, amor:
Esse moço não é sabido?
Gosto de histórias e abri bem os ouvidos.
Hoje, já olhei bastante o céu.
Vai que tenha uma estrela me procurando
pra gente marcar o chão enquanto
pula amarelinha e brinca de passar anel?

Corre, meu amor!
Largue tudo o que estiver fazendo!
Vá depressa ver as estrelas!
Olhe lá. Bem longe, no infinito.
Memorize o brilho mais bonito...
Sente falta de alguma estrela?
Algum espaço é profundo breu?
Será que a estrela que te procura já desceu?
Não sei não, amor,
Mas pelo que o moço sabido disse,
pode ser que essa estrela seja eu.

Se você quiser brincar comigo,
Tenho um pedaço de giz no bolso
pra gente riscar o chão.
A gente pode pular corda, se você quiser.
Podemos jogar bola-de-gude,
ou até brincar de pirata!
(Te deixo ser o capitão.)
E quando a gente brincar de circo,
me deixa ser malabarista?
E se for de trem?
Posso ser a maquinista?

É que a gente não pode perder a oportunidade
de quando achar uma estrela, chamar pra brincar...
Deixo aqui o meu convite
de espalharmos muitos desenhos
por onde a gente passar.

O moço disse, amor,
que todo mundo tem que tentar
encontrar a estrela que é seu par.
E se depois não for assim,
Não tem que achar que é o fim.
É só o tempo de olhar pro céu,
de perceber as estrelas,
e de contemplar.
É só o tempo de contar até dez,
de chorar,
de sorrir
e de recomeçar.

1 comentários:

Live disse...

Ahhhhhhhhhhh! Q lindoooooooooooooooo, q fofooooooooo! Eu tenho "meu estrelo", meio velhinho, mas brinca mto comigo. =D

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